LIÇÃO 8
O PERIGO DE QUERER BARGANHAR COM DEUS
Texto Bíblico: Mateus 4.1-11
INTRODUÇÃO
I. A BARGANHA NA
BÍBLIA
II. PRESSUPOSTOS
DA “TEOLOGIA DA BARGANHA”
III. O PERIGO DE
BARGANHAR COM DEUS
CONCLUSÃO
O HALL DA
FAMA DA FÉ
Por
Hank Hanegraaff
Bem, que dizer acerca disso? Na sua maneira de pensar,
quem é que deveria ser introduzido no “hall da fama” da Fé? Jó ou seus
“amigos”? Já está na hora de você dar seu voto. A quem escolherá?
Sugiro que, antes, você considere atentamente o caso
de Jó. A questão a ser respondida é esta: Em questões de fé, Jó integra o “hall
da fama”, lado a lado com luminares como Abraão, Isaque e Jacó? Ou seria um
homem carnal e sem fé, cuja propensão para confissões
negativas acarretou-lhes a própria queda, tão trágica?
Antes de votar, porém, considere o que o autor de
bestsellers, Benny Hinn, tem a dizer. Ele afirma que as tribulações de Jó lhe
sobrevieram porque ele proferiu palavras de medo e fez acusações a Deus. Hinn
descreve Jó como homem “carnal” e “mau”, asseverando inclusive que a “boca de
Jó era seu maior problema”. Em essência, ele diz que Jó tocou no lado negativo
da força por meio de suas volumosas confissões negativas [Programa “Benny Hinn” TBN - 3 de Novembro de 1990].
A fim de que florescesse a mensagem da Fé, Jó
precisava cair. E ele realmente caiu – mas não por ser culpado de alguma grande
falha moral. Antes, foi derrubado por uma campanha de ataques maliciosos, na
qual foi temerariamente caricaturado por Hinn como um dos maiores fracassos da
fé de todos os tempos.
Naturalmente, Hinn precisou ignorar o claro contexto
das Escrituras para liberar sua diatribe contra Jó. Pois enquanto Deus o chama
de bom, Hinn acusa-o de mau. Quando Deus diz que Jó falou corretamente, Hinn
diz que ele fez uma confissão negativa.
Deus deixou claro que Jó era “íntegro e reto, temente
a Deus, e que se desviava do mal” (Jó 1.1,8; 2.3). De fato, o Senhor chegou a
declarar a Satanás que “ninguém há na terra semelhante a ele” (Jó 1.8; 2.3).
A despeito dos elogios divinos recebidos por Jó, Benny
Hinn insiste em atacá-lo. Numa das mais horrorosas que jamais testifiquei numa
televisão evangélica, Hinn não somente aviltou Jó por sua falta de fé, mas
denegriu uma das maiores declarações de fé jamais proferidas em meio à
tragédia.
Apesar do aviso sombrio de Provérbios 3.6 (“Nada
acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado
mentiroso”), Hinn adicionou a palavra
“nunca” ao texto de Jó 1.21, revertendo assim completamente o significado da
passagem. Encorajado pela audiência, riu-se: “Vocês sabem o quê? Já dissemos
isso um milhão de vezes, e nem ao menos é bíblico – tudo por causa de Jó: ‘O
Senhor deu, e o Senhor o tomou’. Tenho uma novidade para vocês: isso não é a
Bíblia; não é a Bíblia. O Senhor dá e nunca
toma de volta. E somente porque ele disse: ‘Bendito seja o nome do Senhor’ não
significa que estava com a razão. Quando falou: ‘Bendito seja o nome...’, Jó
estava apenas sendo religioso. E ser religioso não significa que você está com
a razão” [Programa TBN, 03 de Novembro de 1990].
O arroubo de Hinn não é fato isolado. Muito antes de
ele atacar Jó, homens como Copeland, Capps, Savelle, Crouch e uma hoste de
outros já o tinham feito.
Não somente esses mestres da Fé alteram a passagem
para que ela diga precisamente o contrário do que está registrado na Bíblia,
mas também ignoram que o versículo seguinte das Escrituras elogia Jó com as
seguintes palavras: “Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta
alguma” (Jó 1.22).
Texto extraído da obra “Cristianismo em Crise: Um
câncer está devorando a Igreja de Cristo. Ele tem de ser extirpado!”, editada pela CPAD.